Nos últimos 25, 30 anos, a mídia, de forma geral,
tem pautado os problemas ambientais com muita frequencia, inclusive com suítes. No entanto, o caráter alarmista,
sensacionalista e catastrófico tem superado o compromisso com informações
preventivas, educativas, construtora de um novo modo de viver, diante dos
desafios impostos pelas mudanças e adaptações necessárias a preservação da
Vida, num planeta em mutação radical.
Sustentabilidade é um termo desgastado, banalizado,
que perdeu sentido, através da própria mídia. Preservar, resgatar, reconhecer e
promover a Vida, em qualquer ambiente, requer compromisso com um modelo de
desenvolvimento que não seja “ecologicamente predatório, socialmente perverso e
politicamente injusto”, como descreveu a ONU durante a Conferência
Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92).
Quase 30 anos
depois não observamos mudanças significativas para substituição desse modelo,
ainda baseado numa Economia concentradora de renda, excludente de oportunidades
para povos e comunidades tradicionais como indígenas, quilombolas, pescadores,
artesãos, agricultores familiares e marisqueiras, culturas de base da
identidade do povo brasileiro.
Essa diversidade
sociocultural é fato, e bem capitalizada politicamente, com visibilidade
internacional. Mas a riqueza sociocultbiodiversa que encanta, seduz e gera
divisas, tem paradoxos múltiplos também. A multiplicidade de comportamentos,
línguas, etnias, saberes e modos de vida presentes na singularidade
multicultural brasileira, apesar do reconhecimento legal em fevereiro de 2007, com
a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades
Tradicionais, parece não ter se efetivado, de fato, junto aos povos que a
sustentam, resistem, sofrem e morrem para manter as tradições.
È só observar
como vivem alguns povos, territórios, comunidades, principalmente nas regiões
Norte e Nordeste, em zonas rurais e até nos grandes centros e cinturões urbanos
de grande concentração de miséria, para constatar que a foto do marketing
cultural vazio não cai bem com a realidade local, nativa.
O que podemos fazer, presumo, é aprofundar é o papel da mídia
especializada em comunicação e sustentabilidade, para perceber como a informação está sendo tratada num contexto de transversalidade. E qual é mesmo o papel do jornalismo ambiental, se assim podermos conceituar e, qual a contribuição, como divulgador de informações,
junto às pautas ambientais importantes para a adoção real de mudanças de comportamentos, no cotidiano.? E, mais ainda, como inserimos as comunidades tradicionais como base
histórica da sociedade brasileira, no compromisso de preservação da vida, em ambientes ameaçados.
Liliana Peixinho* - Jornalista, ativista socioambiental, especializada em Mídia e Sustentabilidade, Jornalismo Científico e Tecnológico, MBA em Turismo e Hotelaria. Autora do ebook " Olhar Transversal sobre Mídias Colaborativas". Fundadora dos Movimentos Livres AMA e RAMA www.amigodomeioambiente.com.br
Liliana Peixinho* - Jornalista, ativista socioambiental, especializada em Mídia e Sustentabilidade, Jornalismo Científico e Tecnológico, MBA em Turismo e Hotelaria. Autora do ebook " Olhar Transversal sobre Mídias Colaborativas". Fundadora dos Movimentos Livres AMA e RAMA www.amigodomeioambiente.com.br