Depois que as galinhas ciscam e ciscam, dona Irá só varre porque adora uma vasssoura. Mas nem precisava porque as pintadinhas, neguinhas e galeguinhas fazem um trabalho primoroso, de dá gosto. Mas seu Peixinho só come os frangos, as galinhas eles deixam pra ciscar e ciscar, botar ovo, chocar e fazer nascer novos pintinhos.
As galinhas da roça de dona Iracema comem sobras de frutas, restinhos de arroz, feijão,raspas de fundo de panela, sobrinhas diversas, vindas da cozinha. Mas o velho Peixinho não deixa o ritual de todo dia cedinho, quando as vacas estão no curral, desmamando, ele pega punhados de milho moidinho e salpica no chão, onde elas ciscam e ciscam o dia inteiro, ajudando dona Irá a limpar o quintal.
Dona Irá não perde a oportunidade de numa visita a uma amiga, dar uma andada no quintal e sempre ganha um galhinho de alguma planta que logo planta, para esverdear sua moradia. Olha aí o sorriso de dona irá depois que ganhou o presente da família de Josa, camarada de fé e coragem que ajuda o velho Peixinho no roçado.
Olha aí a família do Josa, todo feliz, com o irmãos e sobrinhos. Nesse dia o Josa levou a gente pra conhecer as músicas de seu irmão, cantor dos bons. Essa casa ai de varanda verde foi construida com o talento musical e de coragem da família, Dona Irá gostou tanto que até dançou com a mão na cintura. O nome da cidade é Jaguarari e fica a uns 30 quilômetros da roça dos Peixinho.
Na despedida, finalzinho da tarde, dona Irá e a família do Josa prometeu ir ver dona Irá na roça e mandou um abraço por véi Peixinho, seu César e todo mundo, além de fazer questão de levar um dvd das músicas que ouvimos a tarde toda, comendo cachorro quente de carne moída com pimentão, tomate, coentro e cebolinha, colhidos no quintal do irmão do Josa. Fizemos um molho pra se lambar e lamber dedinhos na boca. Os pão, de cesto, foi feito em forno de lenha morta e sem fermento. De tão gostoso, não resistimos em tirar umas umas lascadas pra ir comendo, purinho, no caminho da padaria até a casa.Êta tarde boa. Dona Irá deve tá com saudade, devo e quero voltar logo, pra lá, e fazer outras visitas dessas boas.
Essas cadeiras ai que eles tão sentado são tão velhas e fortes como as pedras do fundo da parede. Meu pai sempre foi assim, só gosta de coisa que dura muito tempo. A cama que ganhei de meu pai, pra o apertamento que moro em Salvador, tem 24 anos e continua a mesma coisa. Foi feita de encomenda, com tamanho personalizado, não é solteiro, nem casado, é solteirão. Mas cabe uma família inteira, no aconchego dos laços de saudades da infância.
Acordamos todos muito cedinho na roça da família da Lea, mulher de meu irmão Rene, Era aniversário de minha mãe e a gente ira fazer uma festa daquelas, de matar um boi. Que depois de abatido pude ver cada parte, do chifre aos bofes, sendo 100 por cento aproveitado. Que ritual cuidadoso, meticoloso. O corte certo em cada junta, em cada tecido. Gosto de carne, todas elas. Como gosto de folhas, flores e frutos, todos eles, A família de Léa tem tradição em churrascos de bode, de boi e sabe fazer a melhor carne de sol que já ví preparar, com sal alho, pimenta do reino e varal, ao sol e frio, para estender e deixar curar. Fica bem molinha e quase derrete na boca. Fui premiada com a picanha, que tem uma, ou é duas, em casa boi, e pesa cerca de um quilo. Mas, mereci porque trabalhei ai, olhe a foto, desde o amanhecer, cedinho, antes das 5 da manhã, até o gerador de energia se apagar, por volta das 21 horas, quando todos dormem,
Depois de levar as cabras e os bodes pra tomar àgua nos tanques naturais, quando ainda tem água de chuva, é hora de trazer de volta pro curral,e ver chifres,cores,tamanhos e ouvir bebebés, fracos e fortes. Trabalho que dona Irá encara como um belo passeio, principalmente se for ao lado de gente que ela ama, como a norinha ai de verde, feliz com a visita do maridão e dos filhos à roça da mãe e do pai de Lea, lá pelo lado das Andorinhas. Eita passeio bom heim Irázinha!! Me chama de novo que vou, minha mãe.
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